DIA 4 21-02 Partida às 8h30, tarde para nossos padrões. Devido ao cansaço do dia anterior, saímos para abastecer as motos antes das 7h00, para fugir das filas. Conseguimos e tive que convencer o frentista a encher duas PETs -4litros- de gasolina para reserva. Disse a ele que realmente necessitava do combustivel, pois se assim não fosse teria que abortar a viagem .......até o Equador.... Começamos a subir a cordilheira com temperatura em torno de 20 graus –diferente do dia anterior, quando fez 39 graus. Parei para tirar algumas fotos e me atrasei -fiquei para trás do grupo. Eles não estavam preocupados, pois eu já conhecia a região. Não percebi a indicação para Jama e comecei a aumentar a velocidade para alcançar o grupo. Não conseguia. Fui perceber que havia errado o caminho quando passei por Maimara. Retornei mais ou menos10 km. e o pessoal estava me esperando em Purmamarca. Continuamos subindo e logo a temperaura passou a 15, 10, 6 graus (esta última nos acompanhou por quase todo o percurso). Chegando ao posto em Susques, prá variar não havia combustivel nem frentista. A gerente do restaurante no local informou que o frentista estava borracho e que não havia gasolina. Completei o tanque com o conteúdo das duas PETs e comecei a rezar. As motos teriam que fazer aproximadamente 480 km sem abastecimento, pois o próximo posto somente em San Pedro Atacama. Minha moto tem tanque de 16 lts, e faz em média 20kms por litro - autonomia de 320km. Com os 4 lts de reserva, a autonomia aumentaria para 400km. Segundo meus cálculos, eu teria que fazer 510 km (480 mais os 30 que me perdi). Provavelmente ficaria sem combustível antes de descer a cordilheira – isto assusta qualquer um. Todos tinham gasolina reserva. Porém o Ademir, (moto BMW GS 650 com motor dois cilindros igual – um pouco mais amansado, com 10 HP menos, em torno 75JP) perdeu a gasolina reserva . O galão de combustível de 5 lt que ele carregava furou porque não ficou bem amarrado na bagagem da moto e ficou pendurado. Perdeu a gasolina e teve que jogar fora o galão. As duas GS Adventure têm tanque com 33 lts- não teriam problema- mas também não poderiam fornecer gasolina para as outras 4 motos. Assim ninguém chegaria a San Pedro... Teriamos que andar muito devagar para aumentar o rendimento das motos, e assim fomos . Subimos a 4830 metros altura, segundo o GPS. Estava muito frio. Não vim muito preparado, pois estamos indo para o Equador, calor, calor... Acredito que havia nevado umas horas antes, pois ainda tinha algum gelo bem próximo da pista (neve em fevereiro). O marcador de temperatura da GS 800 começa um sinal de alarme quando chega a 2 graus. Como estava com muito frio, eu não tirava o olho do marcador de temperatura e vi o quando ele piscou, indicondo 2 graus. Um pouco mais alto e chegou a 1,5 graus. Parei para tirar foto das montanhas com gelo bem próximas e agachei ao lado de um pequeno bloco de gelo no acostamento. Andei mais um pouco e a temperatura começou a subir. 4, 5, 6, 4 graus de novo e logo estabilizou nos 8 graus. Eu não estava passando muito bem, com a tensão da provável fala de combustivel naquele lugar inóspito e devido a altitude acabou por me doer um pouco a cabeça. A moto entrou na reserva quando começamos a descer. Conseguimos chegar a San Pedro. A média de km por litro foi próxima de 30... Em San Pedro, uma pequena fila para abastecimento no único posto e seguimos pra Calama- todos já conhecíamos San Pedro. Em Calama procuramos hotel e nos hospedamos em um muito bom e nada barato. Tomamos vinho, jantamos e fomos dormir. Estava com muito sono, cansado e estressado. |
Próximo ao Paso de Jama |
Abastecendo a moto em Susques, com a gasolina reserva. |
Bloco de gelo ao lado da estrada |
Ademir - interior da Argentina |
João Henrique SUBIDA PASO DE JAMA |
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